quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Seja o arquiteto da sua vida

Aonde você mora? A resposta comum vai normalmente envolver um endereço, ou talvez uma descrição do lugar. “Moro na Sapetinga” ou “Moro num apartamento.” O lugar físico aonde moramos nos influencia. Isso está certo. Mas tem um outro lugar que nos influencia ainda mais. Esse é um lugar que carregamos por dentro. Esse lugar tem confins invisíveis e raramente conseguimos sair dele. Os confins estão feitos das nossas crenças. Moramos nos confins das nossas crenças.
Nossas crenças funcionam de uma forma parecida a uma casa. Elas criam um contexto para as escolhas sobre o que vamos fazer e como o vamos conseguir. Estando na cozinha podemos preparar comida. Mas se não houver um forno não vamos nunca fazer pão. Acreditando que temos talento para cantar vamos começar cantar. Mas se ao mesmo tempo formos muito tímidos não vamos compartilhar este dom com os outros e não vamos nos apresentar. As vezes as crenças podem gerar conflitos internos. Acreditando que todas a pessoas ricas são corruptas vamos talvez criticar os ricos. Mas no momento de ganhar dinheiro, mesmo conscientemente querendo, o nosso subconsciente vai sabotar as tentativas e não vamos conseguir muito dinheiro, para não ficarmos ricos porque o subconsciente relaciona os ricos com os corruptos.

Crenças são pensamentos que foram pensados repetitivamente até estabelecer e re-enforçar novas vias neuronais. Como crenças, elas podem agir sem a influencia do consciente. Como os pensamentos cotidianos são os que acabam moldar-nos pode ser interessante investiga-los para ver que tipo de casa e vida estamos construindo. As vezes é interessante examinar nossas escolhas com um olhar distante, mais objetivo, para evidenciar a causalidade.
Pense num dia comum. O que você costuma fazer? Que tipo de pensamentos isso traz e que tipo de mensagens isso deixa no seu subconsciente?


É interessante começar pela manhã e imaginar todas as coisas que costumamos fazer num dia comum. Por exemplo, você costuma assistir a televisão junto com as notícias na hora tomar o café de manhã? Se for assim, que tipo de informação você recebe? Normalmente a maioria das noticias vão ser sobre as atrocidades que acontecem, com umas imagens chocantes e uma banda sonora escolhida para chamar sua atenção e despertar medo. A maioria das mensagens que acabam entrando são mensagens do tipo “O mundo é um lugar perigoso”, “Os políticos não são confiáveis”, “As pessoas enganam”, “As famílias se dispersam”, etc. Querendo ou não, estas acabam sendo as nossas crenças. Essas, acabam sendo as nossas vidas. Com estas crenças em particular, o mundo que vamos experienciar vai ser um dentro da casa do medo, desconfiança e desilusão.

Quando as crenças ficam fortes nos levam a protestar e insistir que o mundo já é dessa forma e que precisamos saber de todos os detalhes de todas as atrocidades para protege-nos. Mas a verdade é que o mundo é todas aquelas atrocidades e também é cheio de amor transformador, atos de gentileza, compaixão transbordante, doçura empolgante e muito mais. A nossa escolha de foco determina os nossos pensamentos que determinam as nossas crenças que acabam erigindo a nossa casa aonde vamos passar a nossa vida.

Examine seu dia. Em algum momento você costuma juntar-se com outras pessoas para fofocar, comparar problemas, ou são encontros que te deixam inspirado, com o coração radiante, com energia e clareza no que quer fazer? Com quem você costuma passar a maior parte do dia? Dizem que você acaba ficando a mistura das cinco pessoas com as quais você passa a maior parte do tempo. Você acaba pensando, falando, agindo e até sentindo do mesmo jeito. Você acaba conseguindo as mesmas coisas.

Depois de examinar seu dia veja o tipo de mensagens que cada atividade acrescentou. Se alguma dessas mensagens não for o que você deseja para sua vida pode muda-la. A forma mais fácil é criar o oposto. Por exemplo, se uma das mensagens que você acaba praticando for “Há muitas coisas para temer ao redor de mim” você pode muda-la para “Há muitas coisas para amar ao redor de mim”. Equipado/a com a mensagem você pode ver que tipo de coisas vão te deixar automaticamente fazendo isso? Que coisas trazem essa mensagem? Que pessoas te inspiram para isso? E se não encontrar nada ou ninguém na sua proximidade imediata pode sempre recorrer aos blogs, livros, documentários, vídeos, etc.

Se perder nos detalhes das nossas vidas cotidianas as vezes nos deixa num papel de vítimas impotentes. Começamos automaticamente reagir aos acontecimentos. Enfocamos nos detalhes de quem está entrando em guerra com quem, porque alguém traiu o outro, que roupas as meninas vestiam na festa, que estressados estamos e quanta energia nos falta ficam a vida. E a vida parece acontecer ao redor de nos e para nos. Só conseguimos reagir.


E na verdade, o tempo todo, somos os aquitetos das casas aonde passamos a nossa vida. Querendo mais luz podemos abrir mais uma janela na parede. Revendo as mensagens que cultivamos a traves das nossas escolhas cotidianas conseguimos projetar o tipo de vida que queremos experienciar. Podemos entrar no nosso devido papel, de arquiteto.

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