sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Não espere, faça acontecer



Basia Piechocinska


Já se encontrou paralisado num estado de infelicidade por falta de alguma coisa? Não posso estar feliz agora porque estou doente, porque estou com pouco dinheiro, porque não tenho bons relacionamentos, porque não tenho bom trabalho, porque não tenho tempo para fazer o que gosto…

Esta forma de pensamento é muito comum e frequentemente automática. Mas a boa noticia é que os problemas e as faltas não precisam trazer infelicidade. Sabendo como suavemente modificar os pensamentos podemos conseguir sucessos além do que imaginávamos possíveis. Podemos usar as nossas faltas, usar os nossos problemas para ficarmos felizes e servirmos aos outros.

Tem poucas pessoas que possam mostrar como fazê-lo melhor do que a Claire Wineland. Claire nasceu com fibrose cística. É uma doença genética e mortal. A esperança de vida da Claire era 10 anos, depois virou 13, depois 19, mas no final Claire viveu 21 anos aqui na terra. Durante sua vida ela teve 37 cirurgias. Ela morreu 6 vezes e todos os dias estavam cheios de horas de tratamentos e sofrimento físico. A pesar disso a Claire era uma das pessoas mais felizes e inspiradoras. A mensagem dela, espalhada no Youtube, já atingiu a mais de 200 milhões de avistamentos.



 

A grande mudança para ela aconteceu quando ela morreu por um tempo aos 13 anos. Naquela experiência ela viu, e sentiu o quanto potencial um ser humano tem e quanto precioso é cada momento. Saindo do estado de coma, que foi induzido para salvar a vida dela, ela teve que re-aprender a caminhar, mas dentro dela tinha uma clareza. Foi então que ela parou de esperar e começou viver plenamente no presente, fundando uma associação para ajudar pessoas com fibrose cística e transmitindo a mensagem, nas palavras dela:
“A morte é inevitável, mas viver uma vida da qual nos orgulhamos é uma coisa que podemos controlar.”

Ela começou procurar o que de bom a doença dela fez para ela, o que ela ouve a oportunidade de aprender com isso, e como isso pode ajudar aos outros. Ela se negou tentar viver num futuro imaginário e ficou presente em cada momento. Quando a mãe dela ficava triste por pensar nos sofrimentos que ainda esperavam sua filha a Claire a trazia para o presente dizendo que agora, neste momento agora mesmo, tudo está bem, e podemos desfrutar plenamente disso. Quando a irmã dela imaginava a vida sem a Claire e começava a chorar a Claire a abraçava e rindo contava que agora ela estava aqui. E não era só com as palavras que ela espalhava sua mensagem. Era com sua vida, com sua atitude, com sua presença plena em cada momento e a genuína felicidade de simplesmente poder estar.


Então, uma das melhores professora de como viver a vida plenamente foi uma doente condenada a morte. Ela usou o problema para crescer como pessoa, crescer na felicidade, e ajudar milhões de outros.


O trampolim da felicidade

Qualquer seja o problema ou a falta que vivenciamos, sempre existe uma forma de usa-la para ficarmos mais felizes e servirmos aos outros. Os problemas podem servir como um trampolim que mostra exatamente o que é importante para nós e o que nos inspira.

Quanto mais descemos num trampolim, mais força teremos para subir voando. A direção para baixo nos mostra a direção contrária, para cima. Essa é a direção do nosso maior prazer e maior significado. Quando os nossos pensamentos automáticos criam raízes agarram-se na tela do trampolim e ficamos em baixo, remoendo nas explicações porque as coisas não estão bem. E quando, pelo contrário, conseguimos identificar o que realmente queremos, usamos as pernas para ao máximo aproveitar o trampolim e poder voar e planar nas altitudes que antes do salto nem imaginávamos.

Pense numa dificuldade que neste momento você vê como obstáculo para estar feliz. Pense numa coisa que você não gosta. Pode ser uma falta de alguma coisa, pode ser uma caraterística sua ou de outra pessoa, pode ser um evento desagradável. Agora veja se consegue imaginar como seria o contrário e tente sentir isso emocionalmente, ressoando no seu corpo. Se era falta de saúde você pode imaginar saúde plena e todas as coisas que você poderia fazer tendo essa saúde. Se era uma caraterística desagradável, como por exemplo uma atitude egoísta, pense e sinta o contrário, como seria ter, sentir, e ver generosidade dentro de você e ao redor. Se era um acontecimento, veja o que foi dele que você não gostou e como seria o contrário.

Este enfoque no que você quer, junto com o envolvimento das emoções, vai criar a oportunidade para você conseguir pensar de outra forma. Os caminhos neurológicos para permitir estes pensamentos vão se abrir e com a prática fortalecer. Depois, pense no que você poderia fazer agora para dar um passo naquela direção. Existe alguma forma criativa de ir na direção do que você quer usando seu problema?

Isso for o que a Claire fez. Pelos problemas dela ela deveria ser uma pessoa deprimida, sofrida, limitada, sem esperança e profundamente infeliz. Mas enfocando no que ela queria, no que era importante para ela, transformou-se numa pessoa alegre, apreciadora, livre, profundamente inspiradora e plenamente feliz.